Cobertor


O gélido tempo chega

Arrepia a carne

Eriça os pelos do corpo

         E o corpo se contorce

Tentando, nele mesmo, se esconder.

Os pés cruzam o espaço que ocupam,

Esfregando-se velozes

Como gravetos agitados

Para causar chama 

Aquecendo-se em brasa.

         Um cobertor

Sobre o corpo ainda frisado

Tímido calado enrolado

Diagnosticado com frio

No cair da noite 

De um segundo outono em luto

Na luta contra o invisível.


Adriana Paris

Comentários

Postagens mais visitadas