ENTRE O CÉU E O INFERNO
Os anjos estão por perto
E os mendigos também.
Jesus habita neste espaço
Os viciados em crack também.
Orações ecoam na catedral
Tiros ressoam na escadaria da Sé.
Gritos de fome se repetem nas ruas que cercam
A majestosa construção que é o escopo da grande cúpula.
Sem culpas, pústulas circulam e morrem na larga e monumental
escada da Sé.
Jesus e Judas dividem um canto da fachada
Nas noites de frio, de calor, de chuva, de lágrimas.
Ninguém vê, alguns fingem que nada existe por ali
Outros lamentam o que vêm.
Sé – imponente e dormente ao olho de Deus – que tudo vê.
Tantos ‘Santo Paulo, ‘São Pedro, ‘São Cosme’ dormem de pé,
Que nem São José, sem sapato no pé...
Tem fé, que na Sé numa noite qualquer não role um axé,
candomblé, má fé, santa fé...
Entre o céu e o inferno, São Paulo não caminha – corre.
Acorda, boceja, se deita, lampeja, finda...
E os anjos/mendigos continuam por perto,
Dentro, fora, no topo, na sacada, no altar e na porta da
Sé.
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