TRAÇAS e CARAPAÇAS



Decididamente percebo que não sou artrópode,
Mas minhas amigas traças não me abandonam.
Deve ter havido alguma conexão esquelética
Que passou desapercebida, ou o uso contínuo
De carapaça como proteção neste mundo febril e achacado,
Tenha causado a aproximação despretensiosa.

Elas, as traças, cinzas e magras
Dependentes de paredes e móveis e livros e panos velhos
Sugam tinta celulose fibras 
Destruidores sem ruídos e assassinas de lembranças
Cruéis não guardam memórias 
Vivem o hoje arrastadas secas até murcharem.






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