Da série: AQUARELA e PALAVRAS - VII CÓLICAS DO MÊNSTRUO (Ilustração Glaucia Gita Mendes)


a mulher varre para fora do corpo
o vermelho das entranhas
numa arte tamanha
renovando esteio de vida 
após sangrar todo mês 

e se contorce em dores pujantes 
no malabarismo corpóreo estridente 
em gotejar estrondoso de dores 
numa desconcertante faxina 
revirada por dentro sem frescores

geme sozinha no leito
em noites chuvosas do ciclo
com picos agudos de cólicas 
magnólias não nascem em jardins
por um quarto de mês 

a mulher é loba, é tigresa
supera com força sua sina
a natureza opera sua regra
de um embaraço sem escolha, finda
e o corpo retoma o fluxo normal da vida







 

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