Tenório - pura poesia

conheci um tal de Tenório,

Pedro Tenório de Lima, 

que no lugar de papel e lápis 

tem uma enxada boa de rima


é caboclo lá do sertão

de uma terra seca que só 

toma guarida da vida e faz da poesia na lida

verso puro de amor no chão batido cheio de pó


com a família, isolado do mundo,

agricultor e poeta humilde 

que sabe mais do que toda uma gente junta

que cuidar da terra é o melhor revide


toda noite depois de dormir

acorda pensando em ficar longe da morte contando só com a boa vontade de Deus, 

com sementes jogadas e um pouco de sorte


diz que tem medo do galo

as mãos cheias de calos

carpina, carpina e não desiste

de lutar pela vida que a seca assiste 


não espera nada de político 

nem confia mais em discurso 

já cansou de esperar por mudança 

só nossa senhora pra mudar o curso


conta com a ajuda é da enxada 

sua grande amiga, afirma com certeza

o que sobra no meio das pedras

os brotos, os grãos, a comida, sua riqueza.


Adriana Paris.


(Assisti o documentário e deu vontade de rabiscar uns versos. Se pudesse dava de presente pra ele. Queria conhecer o Tenório.)

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