RIO DE VINHO
(para o bom menino que quer ser feliz)
Ouço tua voz ecoar
Na taça de vinho tinto
E ousas pousar sua tez
No corpo-repouso na rede.
Chove.
As águas transbordam
E invadem teu coração
Que descansa no sofá da sala
Aninhado nos braços dele.
Ela chega antes do jantar
E o sono que veio cedo
Não percebe os passos mudos
Que agora gritam frente à nova paixão.
Liquida sonhos de vida a dois.
Rio de vinho agitado
Três faces e um único choro
Não há lamento que deixe pra trás
O que não terá mais história
E agora?
Ele jura.
Morde o lábio
E sangra.
Se despe de cores neutras
E sim, é arco íris
Que brilha meio à avenida
(Não quer mais feridas).
Rio de vinho em Calígula
Dorian Gray e Khalo
E grita
Não mais se cala e fala
Com o tinto que desce e encontra
O corpo antes lânguido e trêmulo,
Agora querendo brigar com o mundo.
Sem roteiro, destino
Segue caminho sem placas
Percorre o curso das águas
(agora sem pressa e calmas)
Do rio que deságua e leva o menino
Leva, leva... na onda
Menino no rio de vinho
Vá ser livre aprendiz.
Adriana Paris
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