Onde fica a tabacaria?

Desperto de um sonho medieval às quatro da madrugada.
Dragões e cavaleiros com espadas empunhadas estiveram comigo durante horas.
Sinto o cheiro de pêlos e folhas queimadas. 
Ouço gritos de donzelas em perigo e fogo às margens do Castelo.
Fico inquieta e procuro meus cigarros.
Não os encontro no quarto.
Vasculho na sala, no escritório e nada.
É muito cedo para sair com o carro à procura de cigarros e nem sei à quanto fica a tabacaria mais próxima. 
(Afinal, não há tabacarias 24h aqui onde moro).
Sento-me no sofá da sala e revivo passo a passo daquele onírico embate nada burlesco.
Foram tantas cantigas de amor e cantigas de amigo que, por vezes, esquecia o dragão.
Um sonho musicado ao som de arpa e poesia trovadoresca.
Enquanto a madrugada fica para trás e o relógio de parede canta seis horas da manhã me lembro claramente que não fumo e sair para encontrar uma tabacaria em plena segunda-feira já era totalmente desnecessário.
Ficarei com os dragões fictícios e um café passado no coador de pano aguardando o despontar do sol quatorze de junho.



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