A ROUPA DO POEMA


Cada poema tem sua roupa.

Tecido fino, juta, algodão, seda.

Não importa o fio que reveste seu corpo.

A roupa é costurada em cada um a seu modo.

Quem escreve é o alfaiate das palavras.

Bem arrumadas ou não, elas falam por ele.

O alfaiate bem aprumado (nem tanto), veste seu texto de amor, de dor, de sentimento, de vida.

A roupa do poema é fiada individualizada.

Um a um, o poema nasce da trama de letras e seu tecido amarra seu coração.

Ninguém segura o alfaiate da Poesia.

Ele decora seu corpo, alinhava entre vírgulas, costura seus versos.

A roupa do poema aquece, de alguma forma, quem lê e sempre agasalha quem escreve e nele, se vê. 


Adriana Paris

Comentários

Postagens mais visitadas