JEJUM.

 JEJUM. Jejum.


Dois dias e meio.

Quase três.

Quase três dias que não escrevo nada.

Este jejum não me faz bem.

Provoca tremores nas mãos e dedos.

Eles querem digitar.

Elas procuram caneta.

Mãos e dedos sacolejam e escrevem no ar.

Jejum de poesia me causa náusea.

Fica tanta coisa entalada.

Um monte de pensamentos presos.

Uma porção de 'não rimas' aqui dentro.

O corpo fica em febre.

Neste jejum não perco peso. 

Não ganho saúde nem sossego.

Um prato cheio de letras no almoço ou no jantar, me saciam e me seguram.

E se não é poesia pode ser prosa.

Qualquer escrito, narrativa externada me alimenta.

Depois penso se continuam só meus ou se os entrego ao mundo.

E se este mundo vai se alimentar do que escrevo também não é tão importante.

Afinal, há muitas outras  fomes por aí...

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