O CORRUPTO (versão I)
Cifrões
colocam em prática desejos oníricos, postergando o declínio do sonhador.
Conta
corrente, saldo positivo e crédito em milhar estimulam o comprador.
É
suflê, caviar, salmão, trufa, champanhe – um brinde ao esbanjador.
Reserva
antecipada, todos o conhecem: ‘bem vindo senhor’.
Férias
na praia, feriado na serra, Natal no exterior.
Nos pés
da bela, um Roger Vivier dourado,
desfilando de braço dado com seu lenhador.
Desfruta,
soberba como se dela fossem as notas verdes e o bilhete do ganhador.
Tudo
muito ávido, descartável, efêmero, bastante motejador.
Sacrifício
não há. O segredo é a lábia do bom bajulador.
Engajado
em campanhas, holofotes e boas palavras surtem um perfeito fingidor.
Dedicação
nos negócios escusos e bem próximo do dinheiro do seu eleitor.
Alcançou
o mais alto patamar e enganou como um usurpador.
Povo
que crê, tem esperança e espera, calmamente seu país sair da dor.
Povo
que vê e agora fala, reclama e mostra que pode ser um bom inquisidor.
Querendo
respostas e mudanças reais é um povo que clamar e tem pudor.
Um
basta à exploração que assola este Brasil desde os tempos do colonizador.
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