Epígrafe (versão I)

Se me comparasse a um livro,
procuraria as linhas de minha epígrafe.
Se os livros tem uma pequena introdução,
quais seriam as palavras que melhor me apresentariam?
Creio que não haveria uma sequer,
pois não há forma exemplar de referência a mim mesmo.
Eu seria patético para alguns e odioso para outros.

Mas, se de novo, me comparasse a um livro
devo lembrar que nem todos os leitores apreciariam o tema, a forma, a capa...
Logo, não deve haver preocupação quanto às palavras...
Hum... mesmo assim, creio não haver forma de introduzir algo sobre mim.
Quantas páginas haverá em minha existência? Não sei!
Minha epígrafe estaria sempre incompleta e desatualizada.
Minha história não acaba aqui, não hoje!
Carpe diem e não há mecenas para minha obra.

Como não sou um livro (mesmo que eu escrevesse um),
epígrafe não me condensa, não me apresenta, não me esgota.
Epígrafe não me pauta.
Não sou uma síntese.

Não serei uma lauda.

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