ANTI ÁCIDA
Sou descendente d@ macac@ por parte de pai e por parte de
mãe.
E minha gênese corresponde à espécie primata, que ‘sabiamente’ evoluiu para o Sapiens.
E minha gênese corresponde à espécie primata, que ‘sabiamente’ evoluiu para o Sapiens.
Sábio? -
A maioria diz que sim.
O fato
de meus braços encolherem, eu juntar meu polegar ao indicador, minha nuca diminuir e meu lóbulo frontal aumentar me tornou muito sábio.
Eu estava dizendo que sou descendente d@ macac@ pelas veias dos avós paterno e materno.
A genética me associa diretamente ao orangotango e ao chimpanzé
Os cromossomos (aqueles mesmos do outro poema)
Eu estava dizendo que sou descendente d@ macac@ pelas veias dos avós paterno e materno.
A genética me associa diretamente ao orangotango e ao chimpanzé
Os cromossomos (aqueles mesmos do outro poema)
Me remetem ao gorila e ao
mico-leão dourado.
Ser
‘homem’ me coloca na condição de caçador, porém, por vezes de caça.
Depende
da força que eu tenha, sabe como é?
Pois
bem, sou descendente d@ macac@
E não
por culpa do Darwin, do meu pai, dos meus avós ou de minha mãe. Não, não!
A
natureza quem quis eu não nascesse flor e não fosse árvore.
O
alface não quis dar sua face à minha.
As
pedras me acharam dura demais pra viver ao lado delas.
A
minhoca não me quis membro tão rastejante e sem cara entre os que são sua
família.
Daí,
por isso, repito que descendo d@ macac@...
Bucólic@? Nem tanto...
E a caminho dos anos 20 deste século XXI: sou tóxic@, destruid@r, deveras manipulad@r, de fato usurpad@r, e sem vergonha alguma: também articulad@r... (tudo depende da situação).
E a caminho dos anos 20 deste século XXI: sou tóxic@, destruid@r, deveras manipulad@r, de fato usurpad@r, e sem vergonha alguma: também articulad@r... (tudo depende da situação).
E daí
posso me tornar o exterminad@r d@ macac@
Sabe
aquela história de Hobbes? De que o ‘homem
é o lobo do homem’?
Pois
é... Não aprendi nada mesmo!
Embora já tenham se passado mais de dez mil anos de minha existência...
Embora já tenham se passado mais de dez mil anos de minha existência...
Sou
homem: devastad@r e explorad@r...
Cristo Redentor - quanta dor!!!
― Espécie
em processo lento, metafórico e irremediável de extinção.Cristo Redentor - quanta dor!!!
Texto de autoria integral de Adriana Drih Paris
Escrito e apresentado para o Espaço Encena de Teatro em maio de 2016
Dramatizado por Maira Galvão
Direitos reservados
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