O ABSOLUTISMO DAS COISAS

As coisas quando são porque são, transpiram um absolutismo que incomoda.
Melhor seria se a minha laranja fosse azul nas quintas à tarde e lilás nas sextas pela manhã.
Que meu café tivesse aroma de rosas quando a TPM fosse a rainha da vez, pois seria mais fácil engolir aquele líquido puro sem dizer: 'odeio café', quando na verdade, 'adoro café'.

Se as calçadas fossem na parte interna das residências, não seriam indispostas as donas de casa, com aquele cocô que os cães de rua fazem à sua fachada. Ora, já estão os cães sem um lar, como haveria de terem uma latrina reservada ou um poste privativo só pras suas necessidades? Vai na calçada mesmo.

O absolutismo das coisas é visível, e risível o é com a acidez daquele riso rejeitado de que 'você não pode fazer nada, há que seguir as regras, as coisas são porque são '.

A fase dos 'porquês' que toda criança tem no auge da sua curiosidade com o mundo, se estende ad eternum quando as coisas continuam sendo porque têm que ser.
Afinal, todas as regras são feitas pelos homens e desrespeitadas também pelos homens... onde estes mesmos homens repreendem outros homens que ousaram destruir ou, minimamente, arranhar o absolutismo das coisas.

[...]"

By Adriana Drih Paris (30/07/2016)

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