Indefinido

 riscando o chão 

no passo de um astronauta em levitação 

vejo estrelas, desenterradas, ao vento

em verdadeiro passatempo por linhas antes tracejadas


e no bocejo do tempo

verifico as fugas do peito e as mãos trêmulas 

no soluço despertado em um naufrágio junto à xícara de café 


e penso sobre o tempo embrulhado, quase esquecido 

papel rasgado e sinopse reescrita

saúdo o céu e miro na vertente de vida que resta 


(no forno, o bolo vai tomando forma

e a forma cheia de bolhas alucinadas

recebe outras massas a virarem pão)


almoço girassóis e tempero o amor com o perfume do mar

sou feita de sonhos e viagens que ainda não embarquei

mas sinto a brisa

e sigo a tempestade que reluta em não acontecer 



By Adriana Paris em uma tarde entre o trabalho, o sonho, o suspiro, a vida e os corres-sobre-vivências. Não necessariamente nesta ordem.

Comentários

Postagens mais visitadas