o Poeta é um bicho solto

- Liberdade!
Grita o Poeta.

e é deste poder que se alimenta,
o Poeta, cuja sanidade 
no ápice de sumir de vez
ressurge à cada poema escrito

e o motor dá partida
para mais horas de vida sã
entrelaçada de sonhos possíveis 
germinados sob o alvorecer

- Liberdade!
Brada o Poeta.

as palavras que morrem na boca, 
como em ressurreição,
despertam do sono fúnebre 
para as linhas de estrofes nuas

as palavras que somem dos pensamentos 
despertam entre anjos e versos
na nudez dos sentimentos do escritor
em verdade (quase absoluta) e simples

- Liberdade!
Sussurra o Poeta.

em perfeita sintonia com as águas 
de um mar de histórias escritas
entre linhas avessas ao caos do mundo
submundo em vesperal de amores 

- Liberdade!
Balbucia o Poeta.

em quase leito de morte
vinga a Poesia translúcida 
refugiada em sorriso e frescor 
do Poeta que teima em viver

inesquecível
liberto
eterno
infinito

: o Poeta é um bicho solto 









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