Escritos - Primeira Parte: VIAGEM
a margem do texto
que abriga minha escrita
(inexistente)
cria o degrau
ao abismo invisível
de um corpo meu
tão remota a viagem
para dentro de mim
sem passaporte autorizado
invado pedaços em vestígios
desencontrados
de um livro que não posso ler
finjo ser, e que sinto,
um pouco deste começo
do fim, de mim mesmo,
descoberto e revirado
do avesso em ponto e verso
desassossego puro
pesadelo indecifrável
desde a infância carregada
em arco íris de cores
transversas-colossais
refletindo olhares desbocados
naquela censura recoberta
com braços em desafio largo
percebendo semelhante abraço
ao inquieto devaneio solitário
do texto inacabado,
sem lágrimas e beijado,
em sua última linha, rasurado
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