Vazios

estátuas passeiam pelo meio fio
equilibrando-se por entre girassóis
que despertaram em meio a poluição
de uma cidade sem gente

e os postes com suas luzes apagadas
clareiam as ideias do nada
em eco sonoro, silenciado
abelha zangada confecciona seu mel

nada há de importante em mais um parágrafo sem travessão
não há diálogo nem brisa
não há vozes nem multidão

se o frescor de um copo d'água
banha meu corpo todo em devaneio
me atrevo a conversar e andar com as estátuas
que atravessam as ruas vazias, sem sonhos, sem braços, sem nada

Comentários

Postagens mais visitadas