Assim, meio vivo.

Hoje acordei assim, meio vivo e com certa esperança. Lembrei de dias da infância em que andar de bicicleta na rua até tarde era possível. 
Depois que a gente cresce as dores das quedas nas brincadeiras descuidadas mudam de lugar. Começa a doer a cabeça diante das preocupações para ganhar dinheiro e pagar as contas. 
Surgem também as dores de barriga pela insegurança em começar o primeiro trabalho. Dores nas costas pelo peso da vida que adulteceu rápido demais.
Tem a dor física que chega, se instala e só passa quando quer, causada pelo estresse e pelas dúvidas nada corriqueiras.
Por isso hoje acordei assim, meio vivo e com alguma esperança. Acreditando que estas novas dores, por outros motivos e em outros lugares hão de passar.
E a vida segue, sabe-se lá até quando e de que jeito será. Mesmo a gente cuidando da estrada por onde iremos passar, pode haver acidentes. 
Tem vezes que o trem descarrila e invade outras pequenas ruas e marginais que pareciam seguras e nos vemos como se nus e vulneráveis, sozinhos e indefesos, perdidos.
Mas amanhã, se eu acordar novamente, espero despertar mais vivo que hoje e com esperança dobrada. 
Se os olhos avistarem mais uma vez a luz do dia será um sinal que o sol volta a brilhar e antes do próximo anoitecer há que se viver um pouco mais.
Quem sabe, sem dores, vir a correr entre azaléias, tomar suco de pitanga, dançar ouvindo jazz e cantar alguma canção, mesmo desafinada a sorrir, a sorrir.


Comentários

  1. Paris, seu amor nestes dias,
    é uma mensagem de resiliência e perseverança diante das dificuldades, destacando a importância de manter a esperança e encontrar prazer nas pequenas coisas da vida.

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