V a m p i r i s m o

os dentes daqueles
que querem morder a carne
saboreando do gosto de sangue
fermentado em tonéis de suor,
não haverão de saciar sua fome

o corpo mesmo frágil, instável
inseguro e trêmulo
segue lastros de confiança 
para transmutar o hoje
em um futuro salutar

permanecem imóveis
doces pernas, tronco e braços
olhos ligeiros pelos tetos das casas
casas estas onde repousa
a mulher inquieta em si mesma

arvorando dias sem dor
enxergando raios de sol em céus nublados
assoviando sonhos e comendo as próprias palavras
de força e persistência

vampirismo morre
transfigurado nos rostos pálidos
de cobiçosos que se lambuzam
da gordura fria 
que sobrou no prato









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