Eu (não) me Calo

débil corpo de alma densa

intensa sensação de clausura

sobre a cama tensa, imóvel

move os dedos no ar e escreve

versos que não se leem

palavras ao vento (janela aberta)

luz do sol resplandece porta esperta

ferro e aço não tem seus ossos

apertada engrenagem corpórea

sangue escorre interno feito lágrima

sal da terra nos olhos da mulher

enlaçada em si (tronco, braços e pernas)

flutua e afunda, levita e se enterra

claustro finge ser casa (e casulo)

espera a junção do que se quebrou

diante dos olhos sob céus 

eu (não) me Calo (escrevo!)

feito Khalo estou



Ilustração A COLUNA PARTIDA
de Frida Khalo (1944)


Comentários

  1. Você é impressionante! Transformando a dor em poesia. Sim, nossa força. O que nos dá coragem!

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  2. Ótimo, eu também escrevo muito sobre a vida

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  3. "Apesar de sua coluna partida, Frida se tornou uma das artistas mais famosas e influentes do século XX, deixando um legado duradouro na arte e na cultura".

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