Epifania e Carnaval


a água-benta levou cevada e levitou 
o incenso purpurina entre cabeças e confetes
dançam em gira às gargalhadas 
máscaras não mais garantem o anonimato
quando se dá boas-vindas à primavera

chapéus e ramalhetes para descartar solteirices
e a cauda do carnaval se descortina
sobem às mesas as bruxas e bruxos
soltam os demônios que, ao lado dos anjos, 
bocejam e sorriem ao amanhecer 

e toda a graça, força e coragem
vencem preconceitos, se encontrando em patuscada
festejando do sagrado ao profano
em grande procissão - o relampejar:
da vida que volta e volta a viver!


O Carnaval do Arlequim, de Joan Miró. Imagem: Reprodução.


Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas