RATAZANAS E PICADEIRO

Fiz-me verdadeira incógnita 
Quando lancei a responder 
Perguntas que ainda não articulei,
Chegando as horas tristes
Em sombrias tardes de sol
Neste mês de setembro.

As ruas ficaram cheias
E as panelas bateram vazias
O estômago aguardou janta boa 
Com gente requentando sopa de pedra 
Entre muitos jogando pedra na cruz
Enquanto o tempo atordoa sem luz. 

As ratazanas mostram a cara
Nada têm a temer
Não tremem na base 
Nem com chinelada
Veneno, facada, jornal ou TV

Viver anda cada vez mais penoso
Mas morrer também é bem caro
Não dá para saber qual a melhor saída 
Quando se entrou numa roubada
E a quartelada dos palcos estão com alçapões enguiçados
Eu, palhaço, não tenho pra onde fugir.

Vou encenar mais um pouco
Depois de acenar aos navios
Ninguém me vê, ninguém nos vê 
Todo mundo finge e os gritos cismam
Vamos varrer tudo isso aí 
No picadeiro nao cabe mais gente sem sorrir.





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