assunta
aroma de café fresco entre mãos
e o lápis ainda repousa
às folhas largadas
pensativas, um tanto irônicas
me assunta o discurso
não iniciado (em descanso forçado)
sobre a mesa de fórmica azul
em espiral de emoções
margeia
a tentativa da escrita
jogada
ao caminho nada distante
me assunta a preguiça real
emanada descontente
em um despertar antes da hora
invadido por sonhos indolentes
assunta a miséria alheia
esperneando por sólido conforto
entremeada de grito e fome
a luz anunciada em holofotes
a voz que galopa entre campos
traz margeada, de amor e sorte,
as crianças, as mulheres e as flores
a serem escritas com sorrisos
me retiro em breve repouso
a pensar no futuro (passo gigante!)
irradiado pelos quatro cantos
só querendo mesmo acordar (que pesadelo!)
e assim, me entreter com palavras escritas
pelas minhas mãos inquietas (é a vida!)
mente e corpo navegando (verdadeiramente sóbrios)
e o mesmo aroma que me invadiu
no início deste poema


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