O CAMUNDONGO




na surdina do quarto passeia 
sem pressa o focinho afilado
cauda comprida, escamosa
curioso onívoro acinzado

nasce abrupto feito raio
cresce veloz feito cometa
manhoso estraga prazer
da moça que quer descansar

escamoteando todos os cantos
furta o sossego noturno
da menina pálida e quieta
que não vê solução ao infortúnio

brinca de esconde-esconde
o larápio
enquanto o perfume de citronela
invade o aposento feito fumaça

a noite acaba, a aurora chega
sumido o patas-brancas
em um "procura-se" quase infinito
até o transcorrer do próximo ocaso 






Comentários

Postagens mais visitadas