MOTOR

sem recusa o coração bate
o cansaço dos anos 
querendo bem (muito bem)

há uma saudade presente
mesmo presente 
em pedaços (sem riso)

mão no ombro
mesa posta e sem resposta
ficam calados os olhos

boca aberta (sincera)
não se desespera (apenas ouve)
mãos inquietas (escrevem)

e o motor anda fraco
sem torque
propulsão quase acamada

rebeldia adulta (oculta)
onde está a chave?
não reconheço mais o caminho

desacato com amparo
como segue?
o tempo e o motor desalinhados

no espelho vejo você 
e o corpo não é mais o meu
copo d'água vazio

instante em stand by
ao relento vou seguindo a estrada
sem saber bem para qual endereço 

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