LUZIA SEMENTE


Se nossa gente existe é porque houve LUZIA.
Luzia cujo DNA emprestou cor, pele, simpatia, decência e brasilidade.
Somos uma junção do que o cosmo (ou Deus) criou: um pouco de África, América, Europa, Oriente e tantos outros cantos, encantos, recantos e ilhas por aí.
LUZIA foi presente, foi semente, glória e flor.
LUZIA não está ausente, continua semente, nirvana e pólen-mor.
Ela está na Cecília, em Frida e Chiquinha, também em Cora e Lispector, em mim.
LUZIA trazia, conduzia e deduzia a primazia de ser gente – semente.
Pode não ser um gênero. É semente. E semente é gente. Eu, você, nós, elexs.
Pode ser santa, pode ser mãe, papisa, cabocla, doceira, filósofa ou vidente.
LUZIA é semente, é vida e (des)graça, é passado e presente.
Ela é símbolo, é prelúdio, exórdio, mas também cataclismo, verdadeiro armagedom.
Tem outras LUZIAS vivas perto do Velho Chico, no Vale do Paraíba, na vida ribeirinha do grande Amazonas.
O Brasil tem outros luzias, os liberais – nem tão liberais.
Os Lusíadas de Camões pode ter abrigado uma Luzia e um luzia, não sei.
Nas notícias dos jornais de ontem era manchete: ‘morre aos 11 mil anos, a brasileira Luzia’.
Semente – cinza.
Gênesis 3:19 – ‘porque você é pó e ao pó retornará’.

By Adriana Drih Paris.



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