Honrarias à Baco

B ebo um gole a mais esta noite.
A lua sorri pra mim.
C em palavras saem atropeladas de meus pensamentos.
O niricamente balbucio seu nome.

B eijo um rosto na multidão.
A braço um terço de um corpo são.
C orro os olhos ao redor e não encontro nada.
O único a me sorrir foi em vão.

B rinco com a garrafa de onde sai a última gota.
A perto o gargalo como se fosse de papel.
C orre sangue por entre os dedos.
O s cacos brilham sob a luz do luar.

B asta um último gole pra ouvir um não.
A s vozes ecoam na vastidão.
C ubro-me de pudores e peço desculpas.
O verso do avesso em revés num terço.

B rindo com minha sombra num tilintar sonoro.
A cabo com todo o vinho da bodega.
C arrego-me nos braços de uma juventude que ficou lá atrás.
O nde estou e pra onde vou, não sei.

B enditas estrelas e aquela adega da esquina.
A porta está aberta e uma luz fraca ainda brilha.
C aminho, entro e aposto que encontro uma taça.
O peito se enche de súbita alegria e brindo ao espelho.

B aco estende à mim sua taça transbordando.
A bebida cor de sangue jorrando ininterruptamente.
C om as mãos suspensas agradeço.
O h! Baco deus do vinho, sua benção diante deste sagrado tinto.

By DrihParis

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