FLUIDEZ

Água, espuma, licores... fumaça, champanhe, amores.
Perfume, nuvens, sabores... vinho, signos e flores.
Não duram, se acabam, fluem, estragam.
Dissolvem, dissipam, secam, fracassam.

O Aurélio falou que FLUIDO é aquilo que corre
Ou se expande feito líquido ou gás.
Gás que mata crianças na Síria...
Líquido que jorra da terra – petróleo / na terra – sangue.

Líquido também é o AMOR na pós-modernidade.
Líquida é a relação entre os homens, profissionais, animais racionais.
Líquido é o AMOR... indivíduo, duo, múltiplo, sociedade.
Sólido? Não há mais: famílias, amigos, casais.

Amores nascem viciados, programados,
Com tempo de duração, rótulos e prazo de validade.
Querer demais é ter de menos... não se segura... se esvai...
Escorre entre os dedos, as mãos não suportam, tarde demais.

Desejar demais é permanecer com pouco, quase nada.
Insegurança, medo, dúvida, Jesus e Judas dividem um lugar ao sol.
Entre o céu e o inferno caminham os mortais.

Mortal, o amor líquido é voraz, expurga, restringe, mata e não volta atrás.

By Adriana Paris
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