a poesia voa feito pipa

a poesia voa feito pipa

(para Arthur de Andrade Moura)

o vento entoa a sinfonia no céu

e a pipa se joga no ar sem medo

em um secreto jogo de intrigas

entre as pipas azuis, cinzas, mil tons,

carretel e linha na mão.


e feito barco a vela, o vento leva

papagaio de fitas coloridas, voa liberto

se entrega à ventania do sopro de alegria

do menino descalço que corre rindo - ele é feliz.


sua pipa dança feito bailarina de saia plissada

sua o menino, rodopia no ar dançarina - a pipa

em papel de seda, vareta, cola e imaginação

flutua em valsa, pura poesia no céu.


nascido o papagaio de fita, 

grita - o menino

: não corta! não corta!

correndo afoito no chão feito pássaro que voa.


a poesia voa feito pipa

arraia esvoaçando no alto, distante

quadrado inquieto e liberto na amplidão

o menino voa

: papagaio risonho no chão.







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