sereno

o sereno adeus 

ao absurdo da existência,

alimentado pelas dores

indesejadas da alma

no calvário da permanência diária,

faz o homem vítima-algoz

prisioneiro inconteste

do seu próprio silêncio atordoante


serena é a cama 

e a ilusão do sofrimento findo

ao seu próprio abandono

a vida se tornando o túnel 

escuro

incompleto

deserto


em perfeita ambiguidade

a vida transpira 

em auto sentido quase inexistente

conduzida por osmose 

no espiral dos sensíveis sentidos

advertidos e incontroláveis (talvez)


quis a flor despertar do não sonho

fazendo da mulher o homem deserto

em pensamento de imagens 

agrupadas no fundo da bacia de porcelana

em verdadeira estrangeira de si mesma


: a flor rasga-se em véus de seda







 

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