BOCA (só um poema)
na tua boca, o poema filtra, decantando feito vinho
entre dourados dentes e cerâmica como língua.
separam-se os sedimentos e no controle de tudo
areiam-se os versos (oxigenando-os).
respingam sintomas diversos sobre diversidades tuas
sem oxidar paladares de distintas bocas (todas aquelas)
que não suas, mas tão suas (suadas estão suas mãos).
e na tua boca só um poema - por inteiro -
mastigado e repousado em decanter
servido puro, retesado em pequenos goles
intenso no movimento tão elegante dos lábios
que servem de canteiros para esta boca, a tua.
imagem da internet
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