PROCURA



Continuo à procura de um sono
Que me leve, de fato, ao mundo de duendes
Preciso de um pouco de paz
Mesmo que seja no conto de fadas
Preciso de um remédio para a cura
Definitiva ao meu estado de melancolia
Que me desperte do mundo inerte
Frente aos dilemas e caos nada naturais
Criados pelos homens nada de bem.

Estou à procura das pazes
Entre povos aos quais não pertenço
Mas sinto por quem vive
No contexto tenso
Das brigas e disputas (perseguições)
Da desigualdade abrupta (fome)
Procurando uma vaga no próximo barco
Sem saber pra onde vai nem com quem.

À procura de um lugar seguro
Fogem por canais e mares
Verdadeiras manchas vistas do cais
E famílias inteiras choram
Não são mais inteiras agora
Apenas choram e suas lágrimas
Se misturam em águas (turvas de gemidos)
Em manchas de corpos no braço do mar.


Escrito após a notícia de que mais de trinta migrantes morreram após naufragarem no Canal da Mancha em novembro de 2021

Imagem do site Megacurioso



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