MIOLO
Levantar tijolo à tijolo.
E o monjolo a rodar, a rodar, a rodar.
...
A máquina humana por três séculos.
Queimou músculos até suas vísceras.
A construir engenhos e colher a cana.
Tomar da garapa seu leite diário.
Contentar-se com sobras.
Agradecer seus orixás.
Acordar e sonhar em voltar.
Ficou ou fugiu.
Laçado.
Algemado.
Bradou.
Tijolo à tijolo.
Terra roxa.
Ordenhou vinho das arábias.
Fora de seus castelos iorubas.
Nagôs.
Até hoje. Até hoje.
- Griô.
A palavra é sagrada.
Aqui.
Falta palavra.
- Griô.
Meninos pequenos.
Nove, oito, sete... zero. Chão.
Barrados.
Barracos.
Cura ou destruição?
A espinha dorsal aqui, não tem miolo.
Está solta, torta, ignorada e fracionada.
E o monjolo a rodar, a rodar, a rodar.
Falta água, arroz e até pão.
E o monjolo...
Em junho não vai ter festival.
Em 2020, não há miolo por aqui.
E o monjolo a rodar, a rodar, a rodar.
...
A máquina humana por três séculos.
Queimou músculos até suas vísceras.
A construir engenhos e colher a cana.
Tomar da garapa seu leite diário.
Contentar-se com sobras.
Agradecer seus orixás.
Acordar e sonhar em voltar.
Ficou ou fugiu.
Laçado.
Algemado.
Bradou.
Tijolo à tijolo.
Terra roxa.
Ordenhou vinho das arábias.
Fora de seus castelos iorubas.
Nagôs.
Até hoje. Até hoje.
- Griô.
A palavra é sagrada.
Aqui.
Falta palavra.
- Griô.
Meninos pequenos.
Nove, oito, sete... zero. Chão.
Barrados.
Barracos.
Cura ou destruição?
A espinha dorsal aqui, não tem miolo.
Está solta, torta, ignorada e fracionada.
E o monjolo a rodar, a rodar, a rodar.
Falta água, arroz e até pão.
E o monjolo...
Em junho não vai ter festival.
Em 2020, não há miolo por aqui.
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