Talvez eu possa na poça d’água nadar.
Tirei
o colete salva vidas quando eu comecei a andar.
A
nadar, não me lembro se foi antes ou depois de voar.
Nada
importa se as pernas longas me atiram ao ar.
Elas
me tiram da vontade errônea de escrever sem parar.
Uma
lágrima secou no meio do caminho na face.
Não
desceu completamente e criou um impasse.
Fiquei
sem saber se chorava ou se era só um disfarce.
Com
a nódoa de uma fruta passada na boca misa
em place.
Talvez
eu possa na poça d’água nadar.
Afinal,
eu cresci, sou adulta e já sei boiar.
Não
digo se fico na terra ou se vou andando pro mar.
Sinto
um gosto de ferro e de sangue na garganta parar.
Vê?
Sou humana, terrena em boicote serena.
Semeia!
Vá! Plante um coração na areia.
Regue
com a água do mar e o sal alimentará tua flor.
Talvez
eu possa, na poça d’água do mar, me afogar.
By
Adriana Drih Paris.
Comentários
Postar um comentário