ZÊNITE - Poema à Quatro Mãos por ADRIANA PARIS & DANIEL RICARDO BARBOSA
entre trópicos visito castelos de areia
onde pessoas passam sem me ver
e florestas choraram
em outras estações
que o sol queimava mais na terra sob pés
e se foram famílias
e se criaram monstros
e destruíram sonhos
cabem na palma da mão
algumas sementes para germinarem
no tempo que se espera
(in)tranquilo
pós languidez do que foram meses à fio
entre paralelos inconstantes
numa cartografia forjada de desigualdades
mesmo assim há sempre esperança
a matilha permanece unida
rindo sobre restos (não confessos)
buscando o segundo tempo
em um tempo confuso, obtuso
entre bocas que (re)começam a sorrir
em lugares descampados
propícios ao plantio de girassóis.
Quando penso em semear, lembro
da revolução despalhar a palha
o fazer não-fazer
daquele senhor solitário
do fluxo que navega
naqueles tripulantes a quem
chamamos selvagens
quando reflito futuro, plantar,
vejo a fluidez no próprio sufixo
que as margens são o
caminho
de quem preferiu
não tolher(ar)
do alto não se diferencia lobo, estepe,
e a maior floresta que há
a formam as raízes
unidas nas profundezas,
ligadas na superfície pelo (m)ar e,
na época mais úmida em que o sol
mal toca a terra, encobertas
pelo micélio o
nervo exposto
dum único nó.
Excelente Poema
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