sensações (pós traumáticas)
e há um clarão por detrás de seus olhos
suas retinas refletem o abrir e fechar de cortinas
como em um grande palco de teatro
não havendo sequer bocejos nas noites em claro
luz imaginária decepa sombras
: tenta libertar o corpo
torpe corpo entorpecido de opióides estelares com receituário
procurando ruas no deserto de fogo
e aspereza avessa aos domínios da dor,
mórbida sensação de despedida
de um vício maior
: que é querer viver
pudesse apalpar a terra, debulhar a flor
entregar-se ao fascínio das palavras de esperança olvidadas
mas, com escárnio de si mesma,
enrola-se em posições sem mesura com um dorso arredio
: há um incêndio dentro de si
decerto há também um terror decisivo por querer não estar ali
um extrato de vida confinada há pouco - parecendo séculos
lágrimas, agora invisíveis, descendo montanhas feito tempestade e...
há sede no deserto (sem luar),
: há um cometa em seu coração
mascarada, com a força de um gigante,
em seus segredos no degredo, sem conhecer seu crime,
aguarda a alforria já muito além da juventude
e o forte abraço que se dá,
no exíguo espaço que ocupa,
há de ser o universo que alcança, por hora
: voa em pensamento
Canal YouTube Chiu Yi Chih
"suas retinas refletem o abrir e fechar de cortinas como em um grande palco de teatro"
ResponderExcluirEssa metáfora poética sugere que a poeta está observando o mundo ao seu redor como se fosse um grande palco de teatro, onde a vida é uma grande encenação. As cortinas que se abrem e fecham representam os ciclos da vida, onde as coisas começam e terminam. A poeta, por sua vez, é um espectador atento, cujas retinas refletem a ação que se desenrola diante dele, como se estivesse assistindo a um grande espetáculo teatral. A metáfora pode ser interpretada como uma reflexão sobre a natureza efêmera da vida e a importância de se prestar atenção aos detalhes da existência enquanto ela acontece. Sorria.... receba os aplausos e as flores.
Obrigada por este comentário tão detalhado.
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